Você já ouviu por aí que uma pessoa está com “bom tônus muscular”? Ou que precisa “trabalhar o tônus”? Pois é, esse termo vive circulando nas academias, clínicas de fisioterapia e até nas conversas do dia a dia. Mas afinal, o que é tônus muscular? E como saber se o seu está do jeito certo?
Se você achou que tônus tem a ver apenas com músculo definido ou hipertrofiado, calma lá: tem muito mais por trás desse conceito. Neste texto, vamos explicar de forma descomplicada o que é tônus muscular, por que ele é tão importante para o corpo e como ele pode ser avaliado. Venha entender esse assunto de uma vez por todas.
O que é tônus muscular?
O tônus muscular é, basicamente, o grau de tensão natural e involuntária que um músculo mantém, mesmo quando você está em repouso. Isso mesmo: seus músculos nunca estão 100% relaxados, mesmo quando você está deitado no sofá maratonando sua série favorita.
Esse tônus é controlado pelo sistema nervoso central e é responsável por manter a postura do corpo, garantir o alinhamento das articulações e deixar o corpo pronto para agir a qualquer momento. Ou seja, ele funciona como um “estado de prontidão” do músculo.
Para que serve o tônus muscular?
Pode parecer sutil, mas o tônus muscular é essencial para o funcionamento do nosso corpo. Ele atua em várias frentes:
- Manutenção da postura: sem tônus muscular, não haveria postura, já que os músculos não trariam a sustentação que o corpo precisa.
- Preparação para o movimento: músculos com tônus adequado reagem com mais agilidade.
- Estabilidade articular: o tônus muscular ajuda a manter as articulações estáveis e protegidas.
- Controle fino dos movimentos: um bom tônus muscular facilita movimentos mais precisos e coordenados.
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Em bebês e crianças pequenas, por exemplo, o desenvolvimento do tônus é um indicador importante do amadurecimento neurológico. Já em adultos, ele pode ser afetado por sedentarismo, doenças neurológicas, distúrbios musculares ou até excesso de estresse.
Tipos de alterações no tônus muscular
O ideal é manter um tônus equilibrado, nem de mais, nem de menos. Mas, em algumas situações, o corpo pode apresentar alterações.
- Hipotonia: o tônus está abaixo do normal. A pessoa pode parecer “mole”, com dificuldade para manter a postura ou realizar movimentos coordenados. É comum em bebês com síndromes genéticas ou em adultos com doenças neurológicas.
- Hipertonia: o tônus está acima do normal. Os músculos ficam mais rígidos, e os movimentos podem ser limitados ou espásticos. Pode ocorrer após lesões no sistema nervoso central, como em casos de AVC ou paralisia cerebral.
Essas alterações precisam de acompanhamento profissional, principalmente de fisioterapeutas e neurologistas.
Como avaliar o tônus muscular?
A avaliação do tônus muscular é feita, em geral, por fisioterapeutas, médicos ou profissionais de educação física, dependendo do contexto. Ela pode ser feita de diversas formas, e envolve observar:
- A resistência ao movimento passivo: ao mover um membro da pessoa, o avaliador sente se o músculo está mais flácido, rígido ou normal.
- A postura e o alinhamento corporal: pessoas com tônus alterado costumam apresentar algumas posturas específicas (ombros caídos, tronco instável, etc.).
- O desempenho motor em repouso e em movimento: a forma como a pessoa se movimenta, se mantém em pé ou faz tarefas simples dá pistas sobre o tônus.
Em bebês e crianças, existem escalas específicas usadas para acompanhar o desenvolvimento neuromotor. Já em adultos, a análise é feita a partir da observação clínica e de testes padronizados, se necessário.
Tônus muscular é o mesmo que força muscular?
Não! E essa confusão é bem comum.
- Tônus muscular é a tensão mantida pelo músculo mesmo em repouso.
- Força muscular é a capacidade do músculo de realizar contrações voluntárias para mover cargas ou resistir a forças externas.
Você pode ter um tônus normal e ainda assim ter pouca força – ou vice-versa. Ambos são importantes, mas atuam de forma diferente na funcionalidade do corpo.
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Como melhorar (ou preservar) o tônus muscular?
A boa notícia é que manter o tônus em dia não exige nada mirabolante. Basta cuidar bem do corpo.
- Faça atividades físicas regularmente: exercícios resistidos (como musculação ou pilates) ajudam a manter o tônus muscular ativo.
- Fuja do sedentarismo: ficar muito tempo parado pode reduzir o tônus muscular, especialmente em pessoas mais velhas.
- Cuide da postura: sentar ou caminhar com o corpo desalinhado por muito tempo pode afetar o equilíbrio muscular.
- Mantenha uma boa alimentação e hidratação: músculos bem nutridos funcionam melhor.
- Durma bem e controle o estresse: o sistema nervoso, que regula o tônus muscular, também sofre com noites mal dormidas e excesso de tensão.
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Se você notar alterações perceptíveis, como rigidez muscular, muito cansaço ou sensação de fraqueza constante, o ideal é procurar orientação profissional.
Avaliar e cuidar do tônus é uma forma de manter o corpo funcional, prevenir lesões e garantir qualidade de vida. E, ao contrário do que muitos pensam, não tem nada a ver com ter músculos saltando da camisa: tem a ver com saúde e funcionamento eficiente do corpo.
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